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Afastamentos na Caixa: um alerta urgente

A saúde mental dos trabalhadores está cada vez mais sob ataque, mas entre os empregados da Caixa o cenário é particularmente alarmante. Estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) revela dados que escancaram o colapso silencioso em curso no banco público. Siga a AGECEF-BA nas redes sociais - instagram@agecefbahia e facebook.com/agecef.gestaoba
Os afastamentos por transtornos mentais e comportamentais estão crescendo de forma descontrolada. De acordo com o levantamento, em dois anos, 74% das licenças por acidente de trabalho entre os empregados da Caixa estão relacionadas a problemas de saúde mental.
Para se ter dimensão mais clara da gravidade, entre os demais profissionais apenas 5,99% dos afastamentos acidentários estão ligados à saúde mental. O contraste evidencia que os trabalhadores da Caixa estão adoecendo de forma desproporcional — e o sistema parece incapaz (ou desinteressado) em oferecer soluções concretas.
Os números assustam, mas é preciso olhar com atenção também para o tipo de sofrimento que acomete os empregados. Os afastamentos por episódios depressivos representam 24% dos casos na Caixa; transtornos ansiosos, 31,9%; e reações ao estresse grave e transtornos de adaptação somam 12,3%. Juntos, os três grupos de diagnósticos explicam quase 70% dos afastamentos.
Outro dado preocupante diz respeito à evolução histórica dos afastamentos. Em 2014, a Caixa registrou 749 licenças médicas (somando afastamentos acidentários – B91 – e previdenciários – B31) por doenças mentais. Em 2024, saltou para 2.417 casos, crescimento de 223% em apenas uma década.
Só nos últimos dois anos, o aumento foi de quase 50%, passando de 1.629 afastamentos em 2022 para 2.417 em 2024. Embora o estudo do Dieese não trate diretamente das causas organizacionais, é amplamente reconhecido entre trabalhadores e as entidades representativas que a intensificação das metas, a pressão por produtividade, o assédio moral e a sobrecarga de trabalho são os principais gatilhos para o colapso psicológico.
Redação AGECEF/BA
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