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Trabalho hostil, rotina exaustiva: o avanço do burnout

A síndrome ocupacional, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde, é causada por estresse crônico no trabalho e se manifesta por meio de exaustão emocional, sentimentos de negatividade em relação à função exercida e uma clara queda no desempenho profissional. Em algum momento da carreira, a maioria dos trabalhadores provavelmente já experimentou sintomas de burnout.
Dados recentes divulgados pelo Boston Consulting Group (BCG) são alarmantes. No Brasil: 48% dos trabalhadores relatam estar enfrentando burnout atualmente. O número coloca o país entre os de maiores índices da síndrome no mundo, refletindo uma crise que atravessa setores, cargos e níveis hierárquicos.
O problema não para por aí. Segundo o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), os afastamentos do trabalho por burnout aumentaram quase 1000% em 10 anos. É um salto vertiginoso, que escancara a incapacidade das estruturas organizacionais de proteger a saúde mental dos profissionais.
Embora o burnout atinja todos os tipos de trabalhadores, alguns grupos são mais afetados. Mulheres, pessoas LGBTQ+ e profissionais com deficiência apresentam até 26% mais chances de sofrer burnout do que os demais. A sobreposição de pressões — de gênero, identidade, acessibilidade e reconhecimento — cria um ambiente ainda mais vulnerável para essas populações.
Um fator determinante para combater esse quadro, segundo o relatório do BCG, é a inclusão. Quando os trabalhadores se sentem valorizados, respeitados, apoiados e pertencentes ao ambiente corporativo, a incidência de burnout cai pela metade. No entanto, ainda é comum encontrar empresas que vendem uma cultura "leve", enquanto perpetuam práticas desgastantes.
Redação AGECEF/BA