Notícia
Caixa reduz quadro e estrutura. Mas bate lucro bilionário

Enquanto milhares de aprovados no concurso público realizado no ano passado aguardam convocação, a direção da empresa segue promovendo o enxugamento da mão de obra, mesmo diante do crescimento da demanda. Nos primeiros três meses do ano, a base de clientes da Caixa aumentou em 1,7 milhão de pessoas, chegando ao impressionante total de 155 milhões.
Ao mesmo tempo em que o banco reduz a capacidade de atendimento e nega oportunidade a quem está apto para reforçar o quadro, os trabalhadores que permanecem enfrentam pressão crescente por metas, sobrecarga, adoecimento e ambientes cada vez mais precarizados.
A estrutura física da empresa também encolheu. Em 12 meses, a Caixa fechou 117 agências, 8 postos de atendimento, 21 lotéricas e 234 correspondentes Caixa Aqui, afetando diretamente a população que depende desses serviços, especialmente nas regiões mais vulneráveis.
Mas a retração não impediu a alta no lucro. Pelo contrário. O lucro líquido recorrente no primeiro trimestre foi de R$ 4,9 bilhões, crescimento de 71,5% em relação ao mesmo período de 2024. Parte significativa do resultado vem do corte de direitos. A empresa reconheceu uma receita extraordinária de R$ 900,7 milhões com base na nova avaliação atuarial do REG/Replan Saldado, que reverteu despesas do custo do serviço passado do plano. O valor supera inclusive outras despesas do banco, evidenciando como a retirada de direitos dos participantes contribuiu diretamente para engordar os cofres da empresa.
A lógica de redução de pessoal, precarização da estrutura, corte de benefícios e aumento da cobrança sobre os empregados é incompatível com a missão de um banco público. Ao enxugar a capacidade operacional, a Caixa compromete a função social e o atendimento à população, especialmente aos mais pobres, que são os maiores usuários dos programas sociais administrados pela instituição.
Enquanto isso, a convocação dos aprovados no concurso permanece estagnada, o que evidencia uma gestão que privilegia a lógica do lucro imediato em detrimento do compromisso público e do bem-estar dos empregados e da sociedade.
Redação AGECEF/BA