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Conectados e solitários: o impacto das redes sociais na saúde

Na era dos likes, dos seguidores em troca e das retuitadas em massa, quem mais tem se conectado é a depressão. O mau uso das redes sociais tem comprometido a saúde mental de milhões de jovens ao redor do mundo, revelando uma crise silenciosa que cresce em ritmo alarmante.

Embora as plataformas digitais não sejam as vilãs por si só, o problema está no tempo excessivo de uso e no isolamento que esse comportamento impõe à rotina dos adolescentes. A fase da vida em que se busca identidade e aceitação acaba colidindo com um ambiente digital repleto de filtros, comparações e máscaras. Em muitos casos, usuários criam personagens irreais e até perigosos, com potencial de atrair e manipular crianças e adolescentes. É uma realidade tão séria quanto urgente.

Estudo da organização holandesa KidsRights, realizado em parceria com a Universidade Erasmus de Roterdã, alerta: 70% dos adolescentes sofrem impactos negativos causados pelas redes sociais. O relatório, divulgado neste mês, revela que um em cada sete jovens entre 10 e 19 anos enfrenta algum tipo de problema de saúde mental.

A edição 2025 do Índice KidsRights, que avalia os esforços de 194 países na promoção dos direitos da criança, aponta uma correlação perturbadora entre o uso viciante das redes e o agravamento da saúde emocional dos jovens. O uso problemático, segundo o estudo, interfere diretamente nas atividades cotidianas, prejudica a qualidade de vida e contribui para o aumento de casos de ansiedade, depressão e até tentativas de suicídio.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) citados no relatório reforçam a gravidade da situação. A taxa global de suicídio entre adolescentes de 15 a 19 anos já chega a 6 a cada 100 mil jovens. Diante do cenário, especialistas e educadores alertam que o diálogo, a orientação e a imposição de limites são fundamentais. O equilíbrio entre o mundo online e a vida real nunca foi tão urgente.

Redação AGECEF/BA