Notícia
Combater o racismo é urgente

Formado por empregados negros da instituição, o grupo surgiu como resposta à sub-representação de pretos e pardos em cargos de liderança e às desigualdades na empresa. O coletivo reivindica políticas de promoção e diversidade racial, transparência nos processos de ascensão, formação antirracista e uma Caixa que reflita o povo brasileiro.
A AGECEF Bahia, como Associação que representa os gestores do banco no Estado, se junta à luta por um ambiente de trabalho justo, inclusivo e diverso. A entidade tem promovido espaços de escuta, incentivo à equidade racial e participado de iniciativas que buscam fortalecer a luta contra todas as formas de discriminação, afinal o combate ao racismo também passa pela atuação responsável de lideranças e pelo enfrentamento das desigualdades estruturais que ainda persistem no setor bancário.
Porque a realidade escancara o racismo estrutural. Segundo o Dieese, apenas 31,6% dos bancários com até 29 anos são negros. Quando se olha todas as faixas etárias, eles representam só 25% do total. Nos cargos de liderança, o índice cai para 20,3%. E a desigualdade salarial grita. Enquanto o profissional branco ganha em média R$ 11.831,00, a bancária preta recebe R$ 7.023,00. É 40,6% a menos.
No mercado de trabalho como um todo, a situação é ainda mais grave. Mesmo sendo 55% da população e da força de trabalho, negros ocupam os piores postos, ganham menos e enfrentam mais barreiras para crescer. Com o mesmo nível de escolaridade, um trabalhador negro recebe 32% a menos do que um branco.
Ao longo da vida, a diferença acumulada pode chegar a R$ 1,1 milhão. Só em 2024, os negros deixaram de receber R$ 103 bilhões por conta das desigualdades salariais e no acesso ao emprego. As mulheres negras são mais afetadas. Têm rendimento médio de R$ 2.392,00, quer dizer, 40% inferior ao dos demais profissionais. Uma em cada seis trabalha como empregada doméstica, muitas sem direitos e com salários abaixo do mínimo.
Os números são o reflexo de um sistema que historicamente exclui e silencia. Portanto, combater a discriminação racial exige mais do que campanhas pontuais. É preciso compromisso permanente, com políticas públicas, práticas institucionais e atitudes individuais que enfrentem o racismo em todas as formas. A luta por equidade racial é de todos e precisa sair do campo das ideias.
Redação AGECEF/BA