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AGECEF Bahia defende debate sério sobre Inteligência Artificial

A AGECEF Bahia reconhece: a Inteligência Artificial (IA) veio para ficar. Seu avanço transforma, de forma profunda, os modos de produção, o consumo e o próprio mercado de trabalho. No entanto, as mudanças precisam acontecer com debate público sério, transparente e com participação ativa da sociedade, especialmente dos trabalhadores que já estão sendo diretamente afetados.

As projeções globais demonstram o potencial ambíguo da IA: de um lado, criação de novos empregos; de outro, extinção de ocupações tradicionais. Um estudo da PwC estima que, até 2037, a IA poderá gerar 2,7 milhões de empregos líquidos só no Reino Unido. Já no Brasil, uma pesquisa da LCA 4Intelligence aponta que 31,3 milhões de ocupações, em um universo de 103,2 milhões, devem ser impactadas em algum grau pela tecnologia.

Dessas, 5,5 milhões correm risco real de serem totalmente automatizadas, sendo que 4 milhões estão ligadas à função de escriturário geral, profissionais que desempenham atividades administrativas e de apoio burocrático, justamente funções historicamente presentes no setor bancário.

Não por acaso, a categoria é uma das mais diretamente impactadas. Dados da Febraban revelam que 80% dos bancos brasileiros utilizam IA nas operações. Em 2024, o investimento em tecnologia no setor foi de R$ 42,3 bilhões e a expectativa para 2025 é de um crescimento de 13%, totalizando R$ 47,8 bilhões.

A modernização, porém, tem custo. Segundo levantamento do Dieese, com base em dados do Caged, o setor bancário formal eliminou 1.197 vagas apenas no primeiro trimestre deste ano, 67,8% a mais do que no mesmo período do ano passado. No acumulado de 12 meses, foram 7.473 cortes.

Essas são algumas das questões que o Comando Nacional dos Bancários levará à Negociação Nacional sobre Novas Tecnologias e a Atividade Bancária, marcada para segunda-feira (28/07), com a participação da Fenaban.

Redação AGECEF/BA