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Alerta vermelho sobre saúde dos empregados da Caixa

Uma pesquisa realizada por entidades representativas dos empregados da Caixa, acendeu um alerta vermelho sobre a grave crise de saúde física e mental enfrentada pelos trabalhadores do banco. Os dados revelam um cenário de adoecimento coletivo, sustentado por um modelo de gestão centrado em metas abusivas, pressão constante e desumanização das relações de trabalho.

De acordo com o levantamento, 55% dos empregados afirmam se sentir pressionados a vender produtos que consideram desnecessários. A ameaça constante de descomissionamento, apontada por 41% dos entrevistados, reforça um ambiente de instabilidade.

Entre os principais fatores de sofrimento psíquico e físico estão a cobrança excessiva por resultados, o ritmo de trabalho extenuante, a fiscalização intensa e a crônica falta de pessoal, agravada pela ausência de concursos públicos. A rigidez das normas internas e as metas fora da realidade operam como elementos que asfixiam o cotidiano dos trabalhadores.

A consequência é um adoecimento em larga escala. Um em cada três empregados (32%) relata o uso de medicamentos por motivos relacionados ao trabalho, e mais de um terço afirma ter enfrentado algum problema de saúde física (36%) ou mental (37%) nos últimos 12 meses.

Os afastamentos por transtornos mentais (58%) já superam os afastamentos por causas físicas (53%), um dado que sintetiza a dimensão da crise de saúde mental no banco. E a situação se agrava ainda mais pela duração dos afastamentos: quase 30% ultrapassam seis meses, o que sobrecarrega quem permanece em atividade e alimenta um ciclo de adoecimento e sobrecarga.

A percepção da maioria (61%) é de que a Caixa não oferece apoio adequado à saúde mental dos trabalhadores. As iniciativas pontuais de acolhimento e suporte são consideradas insuficientes diante da magnitude do problema. Diante do quadro, as entidades defendem mudanças estruturais e urgentes na organização do trabalho da Caixa.

Redação AGECEF/BA