SETEMBRO AMARELO


Adoecimento psíquico acende alerta sobre ambiente de trabalho

Com o início da campanha Setembro Amarelo, dedicada à prevenção do suicídio e à valorização da vida, ganha força também o debate sobre as condições de saúde mental no ambiente de trabalho, especialmente em setores historicamente marcados por altos níveis de estresse, cobrança e metas abusivas. Uma das categorias mais afetadas é a dos bancários, com destaque para os empregados da Caixa, onde os índices de adoecimento emocional e psicológico cresce de forma alarmante.

A estimativa é de em 2024 quase 75% dos afastamentos no banco foram por saúde mental, com ansiedade e depressão como principais causas, impulsionadas pela pressão por metas e um ambiente de trabalho exaustivo. A realidade expõe como a sobrecarga de trabalho, o assédio moral e a cultura de metas inalcançáveis impactam diretamente na saúde mental.

Nos bastidores das agências, relatos de pressão, vigilância e medo de retaliação são comuns. Muitas vezes, os bancários enfrentam jornadas exaustivas, lidando com filas, acúmulo de funções e sistemas instáveis, ao mesmo tempo em que são cobrados por produtividade e eficiência.

Essas condições criam um ambiente que especialistas classificam como adoecedor, onde o sofrimento psíquico é silenciado ou minimizado. A lógica de gestão por metas, muitas vezes desumanizada, desconsidera o limite físico e emocional dos trabalhadores. Isso leva à naturalização do adoecimento.

Além disso, denúncias de assédio moral institucional são recorrentes, e muitas vezes a busca por ajuda psicológica é dificultada pelo medo de represálias ou pelo estigma ainda presente dentro das corporações. Importância do acolhimento

Durante o Setembro Amarelo, é fundamental lembrar que prevenir o suicídio e promover a saúde mental não se limita a campanhas de conscientização ou frases motivacionais. Exige mudanças reais nas práticas de gestão, valorização da escuta, e acolhimento de trabalhadores em sofrimento.

No caso da Caixa, as entidades representativas cobram há anos a implementação de políticas mais efetivas de prevenção, acompanhamento psicológico permanente, combate ao assédio e revisão do modelo de metas. Também defendem a criação de espaços seguros para que os empregados possam relatar situações de abuso sem medo.

Redação AGECEF/BA