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Caixa lucra R$ 13,5 bilhões, mas fecha agências e intensifica a pressão
A Caixa anunciou lucro líquido de R$ 13,5 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, salto de 50,3% em relação a 2024. Só no 3º trimestre, o resultado chegou a R$ 3,8 bilhões, crescimento de 15,4% frente ao mesmo período de 2024.Os números reforçam a força do banco público, mas expõem, ao mesmo tempo, uma contradição que os empregados já conhecem. Quanto mais a Caixa cresce, mais se agrava o cenário de metas abusivas, assédio e adoecimento.
Mesmo com desempenho robusto, a direção do banco decidiu seguir a lógica dos bancos privados e passou a fechar agências pelo país, em uma estratégia que contraria o papel social de uma instituição 100% pública, responsável por atender populações vulneráveis, executar políticas sociais e capilarizar crédito.
Segundo relatório, a Caixa encerrou setembro de 2025 com 84,3 mil empregados. O número é levemente superior ao de 2024, mas ainda representa perda de quase 20 mil postos de trabalho desde 2014, quando o banco contava com mais de 101 mil trabalhadores.
A redução também atinge a rede de atendimento. Em 12 meses, o banco fechou 49 unidades, sendo 41 agências apenas no último trimestre. A política empurra o banco para o caminho da precarização e deixa comunidades inteiras sem atendimento presencial em um país onde milhões de pessoas ainda dependem exclusivamente do serviço físico.
A combinação (menos agências, menos trabalhadores e mais clientes) acentua a sobrecarga, pressão por produtividade e aumento dos casos de adoecimento físico e mental. Tudo isso em um momento em que a Caixa amplia operações, executa programas sociais estratégicos e atende uma base de mais de 156 milhões de clientes.
Redação AGECEF/BA