NOTÍCIA


Negociação sobre uso ético de tecnologia no trabalho

O Comando Nacional dos Bancários participou, nesta segunda-feira (1º), de uma reunião com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) para tratar sobre o uso ético de tecnologias no ambiente de trabalho. A preocupação é com a crescente adoção de ferramentas digitais de monitoramento e avaliação, cujos excessos podem comprometer a privacidade e o bem-estar dos trabalhadores.

Logo no início do encontro, o Comando apresentou um conjunto de propostas que poderá embasar futuras cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Entre os pontos, a exigência de que novos recursos tecnológicos empregados pelos bancos, seja para monitoramento, avaliação ou treinamento, permaneçam estritamente vinculados às atividades profissionais. Outra diretriz apresentada pressupõe que qualquer ferramenta, nova ou já existente, seja previamente discutida com as entidades, assegurando transparência quanto à finalidade e ao modo de utilização.

Também foi destacada a necessidade de garantir a presença e o julgamento humano em processos decisórios que envolvam o uso dessas tecnologias, evitando que trabalhadores sejam avaliados ou punidos exclusivamente por sistemas automatizados. Para o teletrabalho, o movimento defende que métodos de monitoramento e avaliação tenham gestão humana e que os funcionários mantenham o direito de questionar resultados e procedimentos.

O Comando Nacional dos Bancários enfatizou que a limitação do uso das tecnologias ao ambiente de trabalho é essencial para impedir práticas invasivas que possam afetar a autonomia, a criatividade e a saúde dos empregados. Ressaltaram ainda a importância de que os bancos ofereçam informações claras sobre os sistemas utilizados e que permitam contestação quando as funcionalidades forem aplicadas para embasar avaliações.

O movimento também relembrou episódios recentes no setor bancário, em que mecanismos digitais de vigilância, desconhecidos pelos trabalhadores, acabaram sendo empregados como fundamento para demissões em larga escala. Para evitar novas situações desse tipo, consideram indispensável que a adoção de tecnologias em todas as etapas das relações de trabalho siga parâmetros éticos e seja acompanhada por processos transparentes.

Redação AGECEF/BA