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Saúde Caixa pode encerrar o ano com déficit de R$ 560 milhões

O plano de saúde dos empregados da Caixa caminha para fechar 2025 com um desequilíbrio financeiro expressivo. De acordo com informações apresentadas pelo banco na reunião do Grupo de Trabalho (GT) Saúde Caixa, nesta segunda-feira (08/12), o déficit projetado é de, aproximadamente, R$ 560 milhões.

Até novembro, o convênio registrou R$ 4,005 bilhões em despesas, frente a R$ 3,445 bilhões em receitas. A diferença mostra uma pressão crescente sobre a assistência. Os números também revelam que, ao longo do ano, enquanto a arrecadação com mensalidades se manteve praticamente estável, com exceção do aumento pontual em novembro, puxado pela contribuição sobre o 13º salário, a despesa assistencial ultrapassou o que havia sido projetado.

O balanço apresentado pela Caixa mostra avanço em diferentes modalidades de atendimento. As internações, por exemplo, cresceram de R$ 1,407 bilhão em 2024 para R$ 1,627 bilhão em 2025. Os gastos com medicamentos quimioterápicos passaram de R$ 156,9 milhões para R$ 200,2 milhões. Consultas, atendimentos de pronto-socorro e outros procedimentos também aumentaram.

Diante dos resultados, os representantes dos trabalhadores destacaram que o quadro reforça a importância da mobilização da categoria e da aprovação do novo Acordo Coletivo de Trabalho do Saúde Caixa, cuja vigência terá início em janeiro de 2026, após assinatura formal.

O ACT foi estruturado justamente para impedir que o déficit do plano seja repassado diretamente aos empregados, protegendo-os de aumentos abruptos nas contribuições. A representação dos trabalhadores voltou a defender ainda a consolidação do modelo histórico de financiamento do Saúde Caixa, baseado na proporção 70/30, em que a Caixa arca com 70% das despesas e os empregados, com 30%.

A reivindicação inclui ainda acabar com o atual limitador de 6,5% da folha de pagamento do banco, considerado um entrave para que a Caixa amplie a participação de forma sustentável. A continuidade das discussões sobre o fim do teto estatutário e sobre a garantia de direitos iguais aos aposentados admitidos a partir de setembro de 2018 está prevista para fevereiro de 2026.O assunto será levado à reunião com a Caixa marcada para esta sexta-feira 12/12). Até lá, a orientação é para que o termo não seja assinado.

Redação AGECEF/BA